sábado, 20 de março de 2010

Resenha: Riverworld – Grande potencial desperdiçado?

riverworld-1 Riverworld a minissérie em duas partes do Syfy que adapta a série de livros de Phillip José Farmer tendo estreado aqui no Brasil antes dos EUA. Se a intenção do canal era tentar transformá-la em uma série regular muita coisa precisa ser mudada. Começando pela troca imediata de todos os produtores e principalmente dos roteiristas que simplesmente não conseguiram escrever um único diálogo que não soasse artificial e forçado, chegam a doer os ouvidos a cada linha pronunciada, mas se esse fosse o único problema da minissérie seria fácil resolver só que Riverworld têm muitos outros.
riverworld_alancumming-500x257 O elenco é de uma incompetência impressionante e olha que tem alguns nomes conhecidos, o destaque vai para o Tahmoh Penikett que interpreta Matt, o personagem principal, depois de Riverworld eu chegue à conclusão de que o cara simplesmente não sabe atuar porque o personagem dele é exatamente o mesmo que ele fez em Dollhouse e o mesmo que ele fez em Battlestar Galactica, a diferença é que nas outras séries a produção, roteiros e direção ajudavam, mas em Riverworld isso não acontece e ele não consegue segurar a série nos entregando um dos personagens mais inverossímeis, rasos e unidimensionais que eu já vi em ficção científica, é um festival de atitudes que não dão para entender ou soam falsas como ele passar apenas 2 meses com uma mulher e já pedi-la em casamento e depois de morrer e acordar num misterioso pós vida só se preocupar em procurá-la e se recusar a acreditar que ela não é aquela mulher perfeita que ele imagina mesmo diante de todos os indícios contrários, mas se fosse só essa paixão maluca o problema do personagem ainda dava para deixar passar só que essa teimosia e atitude de super-homem inexplicável se estende para a trama da série e ele não demora um segundo sequer para se posicionar do lado dos Smurffs azuis fêmeas mesmo sem saber ou entender qualquer coisa sobre o jogo de intrigas das duas facções dos alienígenas que criaram aquele mundo.

O personagem principal é tão ruim e fraco que os personagens secundários acabam sendo mais interessantes e até mesmo os que mal aparecem aguçam mais a curiosidade que o Matt, A personagem que melhor se saiu foi a Samurai Tomoe de Jeananne Goossen que mesmo tendo uma inexplicável idolatria pelo Matt é a única personagem que mostrou uma personalidade interessante, até me4smo a concubina do navio é mais interessante que o Matt ou a Jessie, sua namorada genocida.
riverworld-4 A superficialidade dos personagens é preocupante e mesmo os mais interessantes são tão rasos quanto um pires, isso precisa mudar com urgência se a série quiser ser mais do que um seriado trash no estilo Hércules ou Xena, porque foi essa a impressão que eu tive de Riverworld depois que acabei de assistir as duas partes, mas a série não se assume e nem pretende ser trash, portanto todos os defeitos que fazem uma série como Xena, Hércules e O Mundo Perdido interessantes são apenas defeitos graves aqui e que precisam ser corrigidos.

Como se não bastasse tudo isso, a história ainda é confusa e em nenhum momento fica claro absolutamente nada, não é explicado nada sobre os Aliens azuis que comandam o Riverwrold, não fica claro qual o objetivo deles, o que eles querem, como estão trazendo de volta todos os humanos que já viveram na Terra, se o nosso planeta foi mesmo destruído ou quem fez isso, como ninguém envelhece ou engravida, não é explicado como um planeta aparentemente cem vezes maior que a Terra tem a mesma gravidade que aqui, não explicam como eles trazem de volta a vida as pessoas que morrem no Riverworld, mesmo aqueles que não usam o bracelete rastreador, nem o motivo de só disponibilizarem uma única refeição diária paracada habitante fazendo com que os humanos briguem por comida.

Embora a série tenha estes defeitos enormes e precise urgentemente de uma reformulação se ganhar sobrevida como seriado regular ainda sim valeu à pena assistir, porque o potencial da história é muito grande e é ele que me manteve assistindo as 3 horas da minissérie e ainda me aguçou a curiosidade para procurara os livros, afinal não é todo dia que agente encontra uma produção sobre vida após a morte, alienígenas manipulando o tempo e trazendo pessoas de todas as eras de volta a vida para coabitarem um único planeta com um rio interminável, jogos de intriga de civilizações mais avançadas, pessoas de diferentes épocas interagindo e sem ser uma viagem no tempo...

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